FALTA DE CONSCIÊNCIA?
- Blog de Dedé Rodrigues
- 28 de out. de 2024
- 2 min de leitura
Por Altair Freitas - Facebook

A falta de consciência. Um conceito ERRADO! Vou escrever isso antes da apuração da eleição de hoje, porque, como sempre acontece após derrotas, teremos um Festival de Arroubos afirmando que o povo não tem consciência. À esquerda e à direita essa "verdade incontestável" vira mantra de perdedores. PURA BOBAGEM! Ninguém vota inconsciente. O que existe são formas diferentes de consciência que levam o eleitorado a votar (ou se abster + nulo+brancos) de modo diferente da gente, que achamos que temos uma consciência melhor ou superior.
Em qualquer sociedade profundamente dividida em classes sociais, e entre as quais existem frações, corporações, grupos diversos de interesses, a formação da consciência não obedece a uma única regra, uma ordem unida pra lá ou pra cá. E isso piorou muito nos últimos tempos com a desindustrialização intensa e dispersão da força de trabalho em milhões de pequenos e médios negócios. A antiga "concentração produtiva" forjava um tipo de consciência entre a massa trabalhadora bem diferente das consciências de hoje.
Logo, a grande questão é: como as pessoas formam suas opiniões políticas no nosso tempo? Em uma sociedade que conta com uma gama ainda mais variada de organizações populares envolvendo igrejas, interesses específicos, milícias, tráfico de drogas, pequenos e médios patrões, redes sociais, portais de internet e os tradicionais "veículos de comunicação", na esmagadora maioria disso tudo de braços dados com o capitalismo neoliberal/ultraliberal e financiado pela burguesia financeira (e pela farra das emendas parlamentares, fenômeno mais recente e de grande impacto)? Mesmo a compra pura e simples de voto, que abunda especialmente nas periferias, é uma forma de forjar consciência, gostemos ou não.
Logo, povo não "vota errado", um juízo de valor sobre o voto alheio a partir do que julgamos ser o "voto certo". Povo vota com um tipo de consciência ou percepção sobre a realidade construída por múltiplas camadas da materialidade da vida real e concreta criando subjetividades distintas. Segurar uma Bandeira Vermelha Revolucionária ou Orar para um Pneu, são lados da mesma moeda.
Bom Artigo. Sugiro a leitura.